Me chamo Ricardo Feller e antes de contar como migrei de área preciso contar como cheguei até o TI. Prometo ser bem direto.
Sou de uma cidade que é completamente industrial, onde o ramo calçadista predomina grande parte da economia (Igrejinha-RS). Isso reflete o fato das primeiras oportunidades de emprego estarem nas fábricas de sapatos.
Mas sem interesse nenhum pelo ramo dos calçados e como estava sempre atrás de um computador/vídeo-game, meus familiares já diziam “Vai trabalhar com essas coisas de computador junto com o teu tio!”.
Isso começou em 2011, um dos meus tios estava morando em São Paulo e lá trabalhava com programação em VB6, mas acabou optando por voltar para a tranquilidade do interior do RS e a morar perto da família. Com isso abriu sua software house em uma cidade que já estava um pouco mais desenvolvida e também estava próxima ao seu novo cliente em Novo Hamburgo-RS.
A oportunidade de trabalhar com ele foi nesse mesmo momento, eu sempre ia a São Paulo visitar ele, nossa relação era bem próxima e antes mesmo de saber o que era programação ele me mostrava algumas coisas que desenvolvia quando eu o visitava.
Enfim em 2012 ganhei dele um curso de lógica de programação em Porto Alegre e após a conclusão do curso ele me contratou. Aos 16 anos estava saindo da escola às 11:00 e pegando o transporte às 12:00. 2 horas depois chegava ao meu trabalho.
No total eram 6 funcionários, meu tio e mais um que programavam em VB6, 2 que cuidavam do banco de dados e 2 que ficavam na programação back-end um deles com muita experiência pra compartilhar e o outro que só havia feito um curso, que no caso era eu…
Aprendi muito sobre o sistema e algumas linguagens de programação, mas nada daquilo faziam meus olhos brilharem. Lembro de ficar bem encantado com os CRUDS em PhP e com as telas em VB6 que o pessoal criava. Foi assim que consegui entender o que eu realmente gostava.
A empresa veio a fechar em 2016, não vou entrar em detalhes por não saber muito a respeito… meu tio sempre me deu o apoio que precisei depois desse fato, mas segui minha jornada de forma independente.
E agora? Continuar na área ou migrar?
Formado no ensino médio e com 18 anos, qual o próximo passo? Podia sair em busca de oportunidades na área que eu já estava atuando ou seria o momento ideal para migrar pro segmento que realmente me interessava? Sim, mas como eu poderia fazer isso? Uma faculdade ou curso especializado? Meu foco era interfaces web, fiz o vestibular e entrei na faculdade de design. Iniciei fazendo apenas uma cadeira no semestre, um dia esse diploma chega!
Naquele ano me dediquei a aprender muito sobre meu novo rumo profissional, fiz um curso de linguagem de programação web (html, css e js) aproveitei também para me dedicar aos softwares de design digital (Sketch, Photoshop, Adobe Xd, etc.).
Todos os aprendizados foram essenciais para o meu próximo desafio, em 2017 fui contratado como designer em uma startup chamada Scopi, um software para planejamento estratégico.
Durante toda minha jornada sempre estive buscando novos conhecimentos sobre UI e UX, comecei a acompanhar um dos melhores canais do YouTube sobre o assunto, UXlab do Andrei Gurgel. Por consequência disso, ganhei um sorteio e fui parar no ISA17 o maior evento de Design de Interação da America Latina. O que eu quero dizer é que se você tem o interesse na área você precisa se dedicar, só assim as coisas começam a acontecer!
Atuei como designer digital na comunicação das redes sociais do software e também como UI/UX designer, fazendo análise de dados de tráfego e ajustes front-end no site. Foi um aprendizado absurdo era o único designer em um time de 7 programadores.
Fiquei na empresa por 1 ano, em paralelo criei meu portfólio e no ano de 2018 eu e minha namorada, decidimos ir de muda para uma cidade com mais potencial. Agora moramos em Gramado – RS, uma cidade turística em constante desenvolvimento, aqui surgem empresas novas todos os dias.
Em Gramado fui em busca de vagas por design, vou listar como eu fiz pra conseguir emprego na área:
- LinkedIn.
- Grupo da cidade no Facebook.
- Depois de ter garimpado esses lugares em busca de anúncio de vaga, listei todas as agências da cidade e entrei em contato uma por uma.
Essa estratégia me rendeu 1 semana de trabalho freelancer dentro de uma agência de publicidade e uma entrevista na Orgânica Digital uma das melhores agências de marketing digital segundo a Resultados Digitais.
O artigo acabava aqui, vou fazer uma pequena observação: fiquei quase 2 anos na agência, ainda vou voltar aqui e listar o que fiz por lá até ser contratado pela Gramado Summit em 2020.
Sobre processos da contratação vou contar em um próximo artigo. Obrigado por ter lido até aqui!
